sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Calendário de Celebrações 2.0

Majstången: Mastro fálico erguido na Suécia, durante o midsommar.
Hallo!

- ATUALIZADO EM 04/02/17 - Se você leu antes disso, da uma lida novamente, houve reestruturação dos festivais de forma que ficasse mais satisfatório, mais real e mais compatível com outros praticantes pelo mundo! -

Para quem já entende um pouco sobre bruxaria e paganismo, ou já está a algum tempo celebrando, conhece as celebrações clássicas que são realizadas: os sabás.  Mas para quem não conhece, irei introduzir o assunto. 

Basicamente todos os povos tiveram algum tipo de celebrações. Desde apenas os equinócios e solstícios, até mais celebrações dentro de um ano. As celebrações, como o próprio nome já diz, servem para celebrar algo, para pedir, para agradecer, para doar e receber, etc.

Mas o que celebramos?

Celebramos os ciclos da natureza e, para vertentes mais modernas, os nossos próprios ciclos. 
Eu digo vertentes modernas, porque essa visão de que os processos dos ciclos naturais se assemelham com os nossos processos internos, é uma visão moderna da coisa. Ou pelo menos não havia dentre os povos germânicos. Para os germânicos, os sacrifícios eram realizados em épocas específicas para se pedir por boas colheitas, para se continuar com abundância, saúde, agradecer, etc.

Celebrações comumente conhecidas

Sabás celebrados na Wicca.

Quem já é do meio pagão, vai reconhecer de cara os sabás. São quatro celebrações referentes aos equinócios e solstícios e quatro outros festivais.

Esses sabás são amplamente celebrados por várias vertentes de bruxaria e paganismo modernas, por conta disso criou-se a ideia de que somente estes festivais são os corretos. Ou até de que só existem esses festivais.

Isso não poderia ser mais longe da verdade. Não posso aprofundar esse assunto pra vocês porque nunca fui ligado a cultura celta, mas até onde sei esse seria a "roda do ano" que os celtas celebravam.

Porém, ele foi amplamente difundido pela Wicca. E por consequência, quem está chegando agora no  paganismo, sempre se depara com estas celebrações. Eu mesmo já celebrei enquanto estive na Wicca, só que nunca consegui completar uma roda inteira pois não me sentia confortável com estas celebrações. Isso gera um certo problema, pra mim, que é celebrar datas e celebrações de um povo com Deuses de outro povo. PRA MIM, isso não faz o menor sentido. Por mais que as datas que sejam o importante e não o nome que se dá, tem que se admitir que gera uma certa egrégora em relação aos festivais. Por conta disso, quando eu senti que o meu caminho era o heathenismo, eu decidi ir atrás de festivais reais que eram celebrados por estes povos. 

Relação inverno x verão na visão germânica

Primeiro de tudo, é necessário explicar a divisão das estações, segundo alguns textos. Não são citados celebrações de primavera e outono e isso foi no mínimo intrigante. Porém, um dos festivais é marcado no meio do inverno para se ter uma boa colheita. As colheitas, eram feitas no verão, sendo que no verão era a estação da agricultura e o inverno da pecuária. Se fôssemos levar em consideração as quatro estações, cada uma tem três meses de duração e o meio do inverno seria depois de um mês e meio, correto? Porém, não faz sentido. Por que diabos eles iriam celebrar para uma boa colheita no meio do inverno se ainda teria toda a primavera pela frente?  Foi ai que me caiu a ficha e eu entendi que na realidade não havia quatro estações e sim duas. Pode ser até que eles tivessem noção das quatro, mas o inverno e verão eram muito mais fortes e por conta disso se contava mesmo apenas os dois. Tendo isso em mente, é como se todas as fontes tivesse fechado e realmente fizesse sentido.  
Então, o calendário fica dessa forma: Setembro (Início do Verão), Dezembro (Meio do Verão), Abril (Início do inverno) e Junho (Meio do inverno). 

Nota: Essa conclusão minha foi confirmada posteriormente em outros livros que li. Não é coisa da minha cabeça, ta gente? rsrs

Festivais

Aqui nós temos um grande problema que é a miscigenação com a Wicca.  Pois é, alguns kindreds e sites sobre paganismo germânico divulgam datas um pouco errôneas, com adaptações modernas, com referências sempre a esse calendário celta e etc. Não só as datas, porque as datas ainda que algumas batem. O problema é a forma de celebrar! Vamos analisar o trecho abaixo:


"Snorri Sturluson citou as três datas mais importantes relacionadas com sacrifícios no mundo nórdico e suas motivações (Ynglinga saga 8): no início do inverno para um ano mais próspero; no meio do inverno para a fertilidade; no início do verão para a vitória. Elas eram distribuídas ao longo de um ano com 364 dias dividido em duas metades." 
Dicionário de Mitologia Nórdica - Johnni Langer


Como podem ver, existem 3 blóts anuais que se deve fazer "obrigatoriamente". Mas como sabemos que o que ficou registrado é uma parte tão pequena de uma cultura tão grande, possivelmente houveram mais celebraçõesLembrando que os blótar não eram feitos a torto e direito, por qualquer motivo em qualquer celebração. 
Sendo assim,  eu cruzei vários calendários diferentes (tanto brasileiros quanto estrangeiros), juntamente com textos, livros e artigos e segui a dica do do autor Bil Linzie: Manter aquelas três datas principais dos blotar e incluir datas de acordo com a região que você mora e/ou que você considera importante. AS CELEBRAÇÕES QUE SÃO NAS DATAS DAS ESTAÇÕES ESTÃO DE ACORDO COM 2017! CASO LEIA ISSO EM OUTRO ANO, CHECAR ESSAS DATAS PARA VER QUANDO AS ESTAÇÕES COMEÇAM! 



20/03 - VetrnaetÉ o início do inverno, onde agradecemos a colheita e/ou as colheitas que passaram e pedimos que a terra continue fértil para que possamos continuar plantando. Aqui realizamos o primeiro blót (Haustblót) para a fertilidade. Logicamente este festival é celebrado com Deuses da fertilidade. Aqui também se realiza o disablót, o sacrifício para as Dísir. As Dísir são espíritos femininos, algumas fontes relatam que já foram humanos em algum ponto. São associadas com o destino e com fertilidade. Há relatos de que Dísir poderiam ser protetoras de clãs, tribos, etc. Entendo que sejam espíritos femininos que possam se aliar a você e a sua família e/ou seu grupo.


20/06 a 02/07 - Hokunott (ou Jol): Este festival tem duração de 12 dias e começa um dia antes do solstício, no caso dia 20 (considerando 21 como solstício, mas muda a cada ano). Durante estes 12 dias, que são os 12 dias entre o fim do ciclo e o início de outro (Ou seja, ano velho/ano novo), nós celebraremos com os Deuses e os seres. Além de realizar o segundo blót (Midvetrarblót). Tente perceber as mudanças que estão ocorrendo, se você e/ou as pessoas ao seu redor estão agindo diferente, se sentindo diferente. Tente agir e falar coisas que você quer que aconteçam nesse novo ciclo. Evite brigas, evite ódio... é tempo de festa e alegria. Lembre-se: Não plante ódio se quer colher amor. Caso não tenha como fazer uma celebração a cada noite, priorize os 3 dias descritos abaixo.
                                           
  • 1º dia (20/06) - Mōdraniht (ou Mother's night, Noite das Mães): Início do festival de Hokunott é a noite onde celebramos as Deusas com aspecto familiar e espíritos familiares. Se sua mãe limpa a casa, que tal ajudar? Que tal fazer um almoço para a família? Um jantar? Mesmo sua família não sendo heathen ou pagã, seus antepassados foram, em algum momento da história. Não precisa contar pra eles, não precisa fazer nada de diferente na hora do almoço ou janta. Faça um rito antes, sozinho e amplie-o para a refeição que fará com a sua família. Peça as bençãos das Deusas que escolheu celebrar enquanto prepara a refeição, invoque Runas que acha que tem ligação... são tantas ideias. 

  • 2º dia (21/06) - Solstício de Inverno: É o ápice do inverno, a noite mais longaMetade do inverno! Aqui nos lembramos que o pior já passou, que a partir de agora o calor começa aos poucos a retornar. Estamos caminhando para a fertilidade novamente. Aqui é super indicado realizar vigília, passar pela noite mais longa esperando o novo dia, esperando Sunna aparecer no céu com sua carruagem. Além de claro alguma celebração mais completa. E também o segundo blót (Midvetrarblót), para fertilidade. Aqui celebramos com os Deuses ligados a fertilidade (tanto das pessoas quanto da terra), para que tudo possa germinar. Pra quem está começando agora (e caso já tenha passado desta data), não quer dizer que não possa celebrar, mas de preferência pra fazer algum tipo de votos aqui. Aproveite o resto do tempo para ter certeza se este é o seu caminho. 

  • 3º a 11º dia: Caso não consiga celebrar todas as noites, faça atos pequenos como agradecimentos, reflexões, meditações e etc. Vamos aproveitar pra celebrar TODOS os outros Deuses nesses dias? Até aqueles que só se sabe o nome, vamos agradecer, vamos lembrar que somos politeístas. E importantíssimo, realizar no dia que preferir o alfáblot (sacrifício para os elfos).  Elfos são seres dotados de imensa sabedoria e magia e algumas fontes atestam que são pessoas que já viveram em terra. 
     
  • 12º dia (02/07) - Virada do ano: Finalmente nosso ciclo terminou, nossa roda girou e começamos mais um ano. Além de agradecer a todos os Deuses e seres (novamente), converse com o seu panteão pessoal sobre suas expectativas, peça auxílio, utilize as Runas... muitas atividades para serem feitas também. 

Nota: "Panteão pessoal" é um termo que não vejo utilizarem no heathenismo, ok!? Eu utilizo porque tive uma base anterior, focada no neopaganismo e achei esse termo interessante de se manter. "Panteão pessoal" é aquele conjunto de Deuses que você venera, lembra e conversa com mais frequência. Aqueles que tu tem mais afinidade, que se sente mais ligado. Devemos sim celebrar todos, temos um ano inteiro pra encaixar celebrações para todos! Mas também podemos sentir mais afinidade com alguns. 


21/07 Þorriblót: Ao contrário do que é muito difundido e celebrado atualmente, não é um festival em homenagem ao Deus Þorr (Thor) e sim ao Deus Þorri (Thorri). Esta divindade é a personificação da geada/inverno. Não se tem muitos detalhes sobre, mas é uma boa época pra se celebrar com os Deuses do inverno/gelo, agradecer por ter passado o inverno em segurança, vivo e com abundância nos alimentos.

22/09 Sumarmál (ou Sumer-finding): Aqui estamos no início do verão, onde realizamos o terceiro e último blót (Sumarblót), para se obter sucesso nas batalhas! Obviamente, aqui invocamos os Deuses guerreiros.

Hexennacht (trad.: Noite das Bruxas; Walpurgisnacht): Celebração de noite das bruxas. Há relatos de bruxas mandarem para longe o inverno durante 12 dias de pura dança e festejos. Nessa época começamos a benção da colheita, pedindo proteção para a colheita em si e também para os animais. Pedimos também que nosso ciclo seja próspero que possamos colher os frutos que iremos plantar de forma benéfica. A diferença daqui para o blót de fertilidade, é o seguinte: No blót você da um presente aos Deuses para que eles mantenham a terra fértil. A escolha de plantar ou não é sua, então aqui é o momento que começamos a plantar realmente e precisamos abençoar para ter uma boa colheita no fim do verão. Por ser a noite das bruxas, por ser relacionado ao seu poder, ao meu poder como vitki, eu escolho celebrar com divindades relacionadas a sabedoria e magia. Em relação a data, algumas fontes atestam que era celebrada no início da primavera (ou seja, início do verão), mas outras atestam que o Sumarmál era celebrado no início do verão. Como um tem a ver com o blót para se obter sucesso nas batalhas e outro fertilidade, eu celebro separado. Então não tem data fixa, mas preferencialmente um pouco depois do início da primavera (verão).

31/10 - Ancestors blót (trad.: Sacrifício para os ancestrais): Essa é uma data morderníssima, mas não menos importante. Escolhi deixar neste dia por conta da egrégora que todo hemisfério norte está celebrando, a egrégora de Samhain. Aqui é a noite onde realizamos uma pequena oferenda aos nossos ancestrais. 
21/12 - Midsommar: Aqui chegamos no ápice do verão, é a celebração oposta ao Hokunott. Temos mais apenas mais três meses pela frente para colhermos, caçarmos e explorarmos novos ambientes. Já precisamos ter ideia do que teremos de retorno e dividir com os amigos e familiares. É hora de celebrarmos o pico máximo de toda aquela fertilidade que pedimos em outros festivais! 


Os 3 sacrifícios

A primeira coisa que você pode ter pensado ao ler sobre os sacrifícios é: "Ah, mas eu não planto, nem colho. Muito menos saio por ai para batalhar". Exato, mas não quer dizer que energeticamente você não tenha colheitas, plantações, batalhas e etc. Então tenta puxar isso pra sua vida, para a vida moderna. Se você mora no campo, tem contato com a terra, é ótimo que você pode sentir esses sacrifícios mais literalmente. Mas pra quem não pode, encara como energia. Pensa da seguinte maneira, para os seguintes povos, a vida girava em torno das colheitas. O ciclo era inerente daquela sociedade. A época de colheita, era de colheita e ponto. Ali se colhia todos os frutos de um trabalho. E da mesma forma podemos associar isso com as nossas atividades modernas. 

Marcadores de tempo e estações

Para finalizar, queria esclarecer algo: Deve-se saber que há duas contagens de estações. Por via astronômica e meteorológica. Sendo a segunda, quando realmente começa as mudanças da estação e a astronômica quando chega no seu pico e se mantém, ou seja, a marcada no calendário é a astronômica. Sendo assim, as datas são fixadas para melhor entendimento, mas apenas por isso. Porque para se marcar o tempo e se saber quando era uma celebração ou outra, se utilizava principalmente a lua e algum evento específico. Por exemplo, quando algum cogumelo nascia e esse cogumelo só surgia no verão. Então sabe-se que é o verão. Mas como a natureza não segue datas, pode ser que esse cogumelo tenha nascido dentro da estação meteorológica que começa antes da astronômica. Então realmente não tem como inferir datas super precisas.

Considerações finais

Como eu disse na apresentação do blog, o meu objeto é reconstruir! Claro, existem pontos impossíveis de reconstruir e existem festivais que ainda são celebrados, que resistiram (ainda são celebrados e oficiais nos países). Um exemplo é o Midsommar que é feriado na Suécia. Vamos celebrar da maneira antiga, mas importando elementos novos que os próprios nativos usam para este festival, por exemplo. Antes que acham que eu mudei tudo, não. Eu reformulei, tirei uns festivais modernos sem sentido (que são os "extras" de cada grupo), arrumei as datas e o significado de cada celebração. E também fui em FONTES CONFIÁVEIS pra procurar os reais significados de cada celebração. Esses são os "festivais base", você pode incluir festivais criados por você para celebrar os Deuses, ou algum festival regional ou alguma cultura regional. Por exemplo, eu estou cogitando celebrar o "Dia Mundial do Gato" junto com a Deusa Freyja, já que tenho contato mais íntimo com a Deusa. 

Qualquer dúvida só escrever nos comentários ou me procurar nas redes sociais: Ask.fm - Facebook

Tschüss!
Ásrøður

sábado, 24 de setembro de 2016

Runas

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Hallo!

"Runas você encontrará e letras que aconselham, letras grandiosas, letras poderosas, que o Fimbulþulr pintou e os Ginnregin criaram e Odin dos Regin gravou."
Hávámál, 142


Finalmente vou falar das benditas Runas que já citei em alguns posts. Quem são essas belezuras e para que servem? 

Primeiro de tudo eu preciso começar falando que existem vários tipos de Runas, que nada mais são do que símbolos. Aqui eu, obviamente, falo das Runas Germânicas ou Nórdicas. Ou como muitos ERRONEAMENTE: Runas de Odin.

Ok, mas e quem são essas Runas?

As Runas são símbolos que formaram o primeiro alfabeto germânico, aproximadamente em 50 dC no norte da Alemanha, sendo uma variação de outros alfabetos. PORÉM, isso é para os historiadores atuais. Para a sociedade germânica, segundo os mitos, as Runas são forças pré-existentes e de forma alguma fora criada por alguém. Como sempre, há divergências entre os mitos e entre os historiadores. Inclusive alguns historiadores afirmam que as Runas nunca foram utilizadas magicamente. Mas eu não vejo como, uma vez que em alguns símbolos mágicos antigos tem a presença das Runas e algumas tradições de bruxaria germânica, que são "tradicionais", passadas de geração pra geração, as utiliza até hoje magicamente. Se foi ou não utilizada, nunca saberemos. Mas que elas são poderosas forças, não tem como negar. E por tamanha força, é difícil dizer o que elas realmente são. São espíritos rúnicos, como entidades? Forças primitivas? Não sei ao certo, até hoje não cheguei nessa conclusão e também não acho necessário. Apenas tenha o respeito necessário com as runas.

Criadas por Odin?

NÃO! Do ponto de vista espiritual, tendo como crença que as Runas são forças primordiais, espíritos e etc, existe a crença de que Odin as criou. E isso está longe de ser a verdade! Desculpe pra quem é super adorador de Odin, mas leia com atenção as Eddas. Está bem escrito que Odin obteve o dom das Runas, ao se pendurar na Yggdrasil. Logo, se algo é concedido a você, quer dizer que ela já existe.
E isso entramos em outra discussão, estudantes da mitologia pura escrita nos textos, que foram escritos nos períodos onde já existia o cristianismo, assumem que elas teriam sido criadas ou seriam a força cósmica da Fonte de Wurd (Falei dela aqui), pois as Runas além dos poderes pessoais, tem como propriedade decodificação do wyrd, que é justamente feito pelas Nornes. Da mesma forma que existem vertentes que afirmam que Freyja as criou. A diferença é que essa segunda hipótese, vem de vertente clássica, antiga, que os conhecimentos são passados de geração em geração. Já a teoria de Odin foi associação moderna.


ALFABETO RÚNICO

Existem diferentes alfabetos rúnicos, sendo os mais conhecidos o "Elder futhark" e o "Younger futhark". A minha experiência é com o primeiro, é sobre ele que explanarei aqui. A diferença entre ambos é o significado de algumas runas e o acréscimo de runas no segundo. 
Pois bem, o elder futhark é composto de 24 runas. E mesmontro do elder futhark, o desenho e pronúncia dos nomes das runas podem mudar, dependendo da região em que foram utilizadas. Então, não estranhe se achar em algum outro lugar, as runas com nomes diferentes (porém parecidos).

A seguir, trago as 24 Runas com o seu poema e uma breve descrição. Essa descrição não foi feita por mim, preferi pegar de uma fonte que eu gostei muito por elucidar de uma forma clara e objetiva, melhor do que eu conseguiria fazer. (Fonte no final!) Eu aconselho fortemente que você aprenda bem por essa fonte primeiro, entenda bem os símbolos e seu nome, pense na associação primordial de cada uma para então partir para outras fontes de estudo, como livros, ok? Porque os livros tem muito a visão pessoal do autor o que confunde muito quem está iniciando. 



Fehu [Gado]
Valor fonético: f
Nome anglo-saxão: Feoh [Riqueza]
“A riqueza é um conforto a todos os homens; ainda que cada homem deve aplicá-la livremente, se deseja ganhar a honra na vista do Senhor”
Fehu possui um significado material forte, sendo muitas vezes empregada em trabalhos voltados para a prosperidade. Porém, também é uma runa que puxa energia motora e desperta o movimento; por isso, muitas vezes é usada para dar o “impulso inicial” em um projeto. Sua ligação com o gado faz com que possua ser associada ao deus vane Freyr.

Uruz [Auroque]
Valor fonético: u
Nome anglo-saxão: Úr [Auroque]
“Os auroques são orgulhosos e têm chifres grandes; é uma besta muito selvagem e combate com seus chifres; um grande ranger dos pântanos; é uma criatura de muita coragem”
O auroque era um tipo antigo de bovino, provavelmente caçado pelos germânicos e associado com ritos de passagem de meninos. Devido à força associada com esse animal, esta runa ganhou uma atribuição de saúde e é muito usada para feitiços de cura. Pela associação com ritos de maioridade, também pode ser usada para catalizar mudanças e evoluções.

Þurisaz [Gigante]
Valor fonético: þ/ð
Nome anglo-saxão: Þorn [Espinho]
“O espinho é excepcionalmente afiado, uma coisa má para qualquer cavaleiro tocar, notavelmente severo a tudo o que se senta entre ele”
Embora haja uma diferença notável na associação proto-germânica à anglo-saxã, para ambos os povos esta permanece como uma runa de agressividade. Associada também ao deus Þórr, pode ser usada tanto para o ataque (como o martelo do deus, ou uma tempestade) quanto para defesa (como a associação com os espinhos); além de funcionar como contra-feitiço, rebatendo intenções hostis. Porém, o potencial destrutivo de Þurisaz pode facilmente sair de controle e se voltar contra o magista caso não seja usada com o devido foco e concentração.

Ansuz [Divindade áss]
Valor fonético: a
Nome anglo-saxão: Os [Boca]
“A boca é a fonte de todos os idiomas, um pilar da sabedoria e de um conforto aos homens sábios, uma benção e uma alegria a cada cavaleiro.”
Em seu nome proto-germânico, a runa se refere ao grupo de divindades que é identificado como “æsir” em nórdico antigo. Esta atribuição à faz ser associada com Óðinn e também à intelectualidade, reforçando a astúcia, facilitando a obtenção de conhecimento e a inspiração artística. Partindo da atribuição do poema anglo-saxão, também é uma runa ligada à comunicação e que pode ser usada para eloquência.

Raido [Carruagem]
Valor fonético: r
Nome anglo-saxão: Rad [Viagem]
“A viagem parece fácil a todo guerreiro enquanto estiver no salão, e com muita coragem que ele atravessa as grandes estradas nas costas de um cavalo robusto.”
Em todos os poemas esta runa está ligada ao movimento. Pode ser usada para trazer estabilidade, controlando e ordenando as circunstâncias ao nosso redor para permitir avanço. Também é capaz de mudar o ritmo de acontecimentos, tornado-os mais rápidos (além de acelerar o efeito de outras runas quando associada).

Kenaz [Tocha]
Valor fonético: k
Nome anglo-saxão: Cen [Tocha]
“A tocha é conhecida de todo homem vivo pela sua palidez, flama brilhante; sempre arde onde os príncipes se sentam junto dela.”
Associada com o fogo, é apontada como uma oposta à runa Isa. Por trazer o calor, é capaz de gerar entusiasmo e energia nas pessoas. Assim como uma tocha ilumina caminhos, Kenaz é capaz de trazer estímulo mental e facilitar a compreensão. Além disso, também pode ser útil em rituais que buscam purificação ou afastar influências negativas.

Gebo [Presente]
Valor fonético: g
Nome anglo-saxão: Gyfu [Generosidade]
“A generosidade traz o crédito e a honra, os quais suportam a dignidade de uma pessoa; fornece a ajuda e subsistência para todos os homens quebrados que são destituído das demais coisas.”
O principal uso atribuído à runa dos presentes é na composição de bandrúnar, onde outras runas são distribuídas em suas pontas. Também pode ser usada como um atrativo de abundância e dos aspectos positivos de outra runa, sendo muito comum em amuletos de sorte. Ainda pode ser vista como uma runa de união, que traz a harmonia em um grupo ou relação.

Wunjo [Alegria]
Valor fonético: w/v
Nome anglo-saxão: Wynn [Alegria]
“A felicidade aprecia aquele que sabe viver sem sofrimento, tristeza ou ansiedade, e tem prosperidade, felicidade e uma casa suficientemente boa.”
Uma runa muito positiva, associada à vitórias. Atratora do sucesso, é capaz de promover alegria e otimismo nas pessoas. Outro uso recorrente é no reforço de uma relação positiva, criando laços de amizade ou gerando ligações empáticas. Alguns apontam que seria uma runa recorrente em amuletos voltados para o amor.

Hagalaz [Granizo]
Valor fonético: h
Nome anglo-saxão: Hægl [Granizo]
“O granizo é a mais branca das sementes; é girada da abóbada do céu e é lançada entre as rajadas do vento e então derrete na água.”
A chuva de granizo era um evento muito temido antigamente, por causa dos danos que causavam às propriedades e plantações. Por isso, Hagalaz é uma runa que representa fatores externos e fora do nosso controle, porém que diretamente nos afetam – muitas vezes causando rupturas. Magisticamente, pode ser usada para nos adaptarmos melhor à estes fatores ou mesmo para ter algum controle – mesmo que apenas para amenizar seus impactos. Também pode ser usada como uma catalisadora de mudanças.

Naudiz [Necessidade]
Valor fonético: n
Nome anglo-saxão: Nyd [Necessidade]
“A necessidade é opressiva ao coração; porém frequentemente prova uma fonte de ajuda e de salvação às crianças dos homens, e a todos que se cuidam na ocasião.”
Embora seja associada à bloqueios, Naudiz também é associada com fogueiras e outras sinalizações que eram usadas para pedir ajuda. Podemos usar esta runa para obter resiliência em momentos difíceis, além de ajudar a chamar uma ajuda externa para a resolução do problema. Também pode ser usada para remover amarras e impedimentos em nossos caminhos.

Isa [Gelo]
Valor fonético: i
Nome anglo-saxão: Is [Gelo]
“O gelo é muito frio e extremamente escorregadio; resplandece tão claramente quanto o vidro e mais parece ser pedras preciosas; é um assoalho feito pelo gelo, belo e se ver.”
Esta runa normalmente é colocada em oposição à Kenaz, estabelecendo a relação “Fogo&Gelo”. Enquanto Kenaz é expansiva e quente, Isa é contrativa e fria; podemos usá-la para concentrar energias, conservação ou contração, porém é necessário cuidado nestes processos – o congelamento é capaz de levar à estagnação. Em feitiços de proteção, Isa age criando um isolamento que diminui a influência externa.

Jera [Ano ou Colheita]
Valor fonético: j
Nome anglo-saxão: Ger [Verão]
“O verão é uma alegria aos homens, quando Deus, o rei santo do Céu, padece a terra para trazer frutas brilhantes para os ricos e para os pobres.”
Jera representa os grandes ciclos das estações, sendo capaz de promover um crescimento próspero – lento, porém contínuo. Sua associação com colheitas também faz com que seja vista como uma runa fertilizadora, que promove a geração de idéias e traz abundância. Ao usá-la, é necessário lembrar que a natureza possui seu próprio ritmo e deve ser respeitado – não é uma runa de ação rápida.


Eihwaz [Teixo]
Valor fonético: ei
Nome anglo-saxão: Eoh [Teixo]
“O teixo é uma árvore com casca áspera, dura e firme na terra, suportada por suas raízes, uma guardiã da flama e uma alegria em uma propriedade.”
Uma das árvores usadas para representar a própria Yggdrasill, o teixo é uma árvore lembrada por sua resistência e por permanecer verde mesmo no inverno. Esta runa é vista como uma transmutadora, capaz não apenas de promover a perseverança e tenacidade como também de renovar e regenerar. Também é uma runa de proteção, porém apresenta uma agressividade que exige cautela.

Perthro [Taça ou Copo para apostas]
Valor fonético: p
Nome anglo-saxão: Peorð [Peça de Xadrez]
“A peça de xadrez é uma fonte da recreação e de grande divertimento, onde os guerreiros se sentam alegremente juntos no salão do banquete.”
Podemos associar Perthro tanto ao acaso quanto à um pensamento estratégico partindo de seus nomes. Costuma a ser vista como uma runa que revela padrões do Urðr, por isso favorece práticas divinatórias ou rituais que visam compreensão e mudanças no padrão do fluxo. Alguns também apontam ser capaz de revelar segredos e fatores ocultos.

Algiz [Proteção]
Valor fonético: -z (finalizando palavras)
Nome anglo-saxão: Eolh-secg [Junco]
“O junco pode ser encontrado em um pântano; cresce na água e faz uma ferida horrível, cobrindo com sangue todo guerreiro que toca-la.”
Outro nome proto-germânico para esta runa é “Elhaz” (“alce“), sendo esta a principal runa de proteção; alguns autores indicam que o famoso símbolo ægishjalmur teria sido elaborado com ela. Funciona como uma via de mão dupla; além de fortalecer e proteger o usuário, também agirá rebatendo intenções agressivas.

Sowilo [Sol]
Valor fonético: s
Nome anglo-saxão: Sigel [Sol]
“O Sol é sempre uma alegria para os navegadores quando frequentemente viajam sobre o cardume dos peixes, até o curso das terras profundas dos ursos.”
A runa solar, é uma atratora do sucesso e fortalecedora, energizando a mente do usuário. Ela permite ter uma maior clareza e entendimento da situação, encontrando o melhor caminho para prosseguir. Também é usada em processos de purificação e para afastar energias de estagnação.


Tiwaz [deus Týr]
Valor fonético: t
Nome anglo-saxão: Tir [Týr]
“Týr é uma estrela-guia; que mantém a fé com os príncipes; está sempre em seu curso sobre as névoas da noite e nunca falha.”
Uma runa de justiça associada diretamente com Týr, o deus que domou o lobo Fenrir. Irá impregnar o invocador com o espírito do áss, tornando-o corajoso e o impulsionando para a vitória; além de poder ser usada para resolver uma situação onde alguém foi injustiçado. Porém, a índole da divindade jamais pode ser ignorada; Týr é um deus de auto-sacrifício, e corrigirá a conduta de todas as partes envolvidas.


Berkano [Bétula]
Valor fonético: b
Nome anglo-saxão: Beorc [Bétula]
“A bétula não carrega nenhum fruto; ainda que sem semente traz adiante brotos, que para ela é gerado de suas folhas. Esplêndidas são suas folhas e gloriosamente adornadas e sua coroa elevada alcança aos céus.”
Berkano é associada com concepção e feminilidade, sendo capaz de promover a fertilidade e fornecer nutrição para que algo cresça. Por sua ligação com a árvore de bétula, também é vista como uma harmonizadora que traz uma sensação de acolhimento. Alguns autores apontam que mulheres podem usar esta runa para a saúde de seus corpos e contato com aspectos interiores.

Ehwaz [Cavalo]
Valor fonético: e
Nome anglo-saxão: Eh [Cavalo]
“O cavalo é uma alegria dos príncipes na presença dos guerreiros. Um cavalo no orgulho de seus cascos, quando homens ricos sobre o dorso do cavalo reúnem palavras sobre ele; e é sempre uma fonte do conforto ao impaciente.”
Outra runa associada com rapidez, sendo usada para remoção de obstáculos e facilitar mudanças. Alguns gostam de associá-la a Sleipnir, o cavalo de Óðinn, e por isso usam Ehwaz como uma facilitadora de projeção astral. Por causa da ligação cavalo-cavaleiro, muitos a consideram uma runa de conciliação.

Mannaz [Homem]
Valor fonético: m
Nome anglo-saxão: Mann [Homem]
“O homem alegre é querido por seus parentes; ainda cada homem é julgado ao falhar com seu companheiro, desde que o Senhor por seu decreto cometerá uma destruição desprezível á terra.”
Mannaz se refere ao “homem” no sentido de “humanidade”. É usada para promover a harmonia e ligação entre grupos, estabelecendo o trabalho em equipe e fazendo-os atuar como uma irmandade. Ela também pode equilibrar a nossa personalidade para ficarmos mais sociáveis, ou ser usada para conseguir ajuda externa.

Laguz [Água]
Valor fonético: l
Nome anglo-saxão: Lagu [Oceano]
“O oceano parece interminável para os homens, quando arriscam aventurar-se no barco e as ondas do terrível mar e o curso do cuidado intenso não tem rédeas.”
A simbologia de água e oceano de Laguz cria uma ligação entre esta runa e nosso subconsciente, sendo uma runa introspectiva que pode melhorar nossa compreensão interior e intuição. Também pode ser usada para acalmar nossas emoções. Muitos apontam que esta runa possui uma propriedade capaz de ampliar o magnetismo pessoal.


Ingwaz [o herói Yngvi]
Valor fonético: ng
Nome anglo-saxão: Ing [Yngvi]
“Ing foi primeiro visto pelos homens entre os Dinamarqueses do Leste, até que, seguido por seu carro, ele partiu ao oriente sobre as ondas. Então os Heardingas nomeou o herói.”
Yngvi é um herói da Yngling Saga, o fundador da dinastia Yngling, muitas vezes associado com o deus vane Freyr. É outra runa de fertilidade, capaz de conter em si energias que serão liberadas posteriormente. Por causa disso, alguns gostam de usar o seu traçado como perímetro magicamente isolado, para deixar em seu centro amuletos em processo de ativação ou objetos para consagração por exemplo. Também é usada para ter foco e centralizar o pensamento.

Othala [Propriedade]
Valor fonético: o
Nome anglo-saxão: Eþel [Propriedade]
“Uma propriedade é muito querida por todo homem, se ele puder apreciá-la em sua casa tudo o que é direito e apropriado na constante prosperidade.”
Enquanto Fehu pode ser vista como a energia potencial e liberada para um objetivo, Othala pode ser vista como este objetivo concretizado ou o retorno que ele trouxe. É uma runa de prosperidade, porém voltada para empreendimentos duradouros. Por causa disso, também era usada para a proteção de lares e propriedades. Pode ser associada com os ancestrais, e por isso ajudar na reconexão com eles.

Dagaz [Dia]
Valor fonético: d
Nome anglo-saxão: Dæg [Dia]
“O dia é a luz gloriosa do criador, é enviada pelo Senhor; é amado pelos homens, uma fonte da esperança e da felicidade ao rico e ao pobre, e serve para todos.”
A runa do dia promove uma plena conclusão. Tal qual a noite termina e vem o amanhecer, pode ser usada para fechar ciclos e superar dificuldades. Também é vista como uma canalizadora de inspiração, com potencial para promover transformações e ampliar a percepção sutil de seu usuário.
FONTE DAS RUNAS E SUAS DESCRIÇÕES: platinorum.com
OBS: Quando as Runas são compradas, as lojas e fabricantes tem mania de adicionar uma Runa em branco, a Runa de Odin. Ela não consta no alfabeto original e por isso apenas retire ela. 
FAZER OU COMPRAR?

Obviamente, na antiguidade, as Runas eram feitas e não compradas. Inclusive, é citado nas Eddas que eram feitas na hora da leitura mesmo. Era pego galhos do chão, entalhadas as runas e lançadas. Em um período mais antigo, as Runas eram feitas de madeira. Isso evoluiu para pedras e posteriormente para ossos. Sendo esses três materiais os mais clássicos. Porém, nada impede que sejam feitas em outros materiais como sementes, conchas, cartas e etc. A única coisa que eu não simpatizo, porém não posso afirmar se funciona ou não, é a utilização de biscuit para a confecção das Runas.
Sobre fazer ou comprar, eu acho mais mágico e próximo da realidade confeccionar suas próprias Runas. Mas como eu não tenho nada de habilidade motora, que estou melhorando aos poucos, eu acabei comprando as Runas logo que iniciei no caminho. As minhas são de pedra, de quartzo branco, e são maravilhosas. Porém, ha um problema em se fazer de pedras preciosas: Se lançá-las, corre o risco de quebrar, lascar, rachar e etc. Então eu aconselho para o lançamento, ser de outro material, principalmente madeira.
Se você pretende comprar as Runas, você vai ignorar o que vou por agora e vai ler direto a consagração. Inclusive eu indico as Runas da loja Runas Artesanal, pois eles tem a preocupação com a preparação mágica das mesmas. Eu comprei dessa loja, as Runas nessa postagens são compradas nessa loja. Na época eu só encontrei feitas em pedras preciosas, mas tente entrar em contato pra ver a possibilidade de ser de outro material. 

CRIAÇÃO DAS RUNAS

Primeiro de tudo, escolha o material que deseja para criar as Runas. Caso seja alguma pedra preciosa, você deverá comprar em alguma loja especializada. Se desejar com madeira, terá de achar uma árvore que contenha um galho um pouco grosso e grande o suficiente para cortar as "rodelas" para gravar as Runas. Mas antes, gosto da ideia que a Mirella sugeriu no livro Mistérios Nórdicos: "Antes de cortar o galho, o mago irá dar três voltas ao redor da árvore no sentido horário, visualizando uma egrégora luminosa e entoando as runas do Futhark Antigo. Em seguida, pedirá permissão ao guardião ou guardiã da árvore para retirar um de seus galhos, descrevendo a finalidade para a qual será utilizado e oferecendo algo como compensação: hidromel, vinho,
leite, grãos, pão, um pouco de adubo orgânico e água ou uma mecha de seu cabelo. Costuma-se passar um pouco de saliva no lugar do corte ou um pouco de sangue próprio."

Antes que me julguem, eu sei dos erros que esse livro contém. Mas tem algumas coisas interessantes pra se pegar, coisas que não tem como serem resgatadas do tradicional. 

Após ter adquirido o material que as Runas serão feitas, seja a madeira (que deverá ser seca, descascada e cortada em rodelas ou outra forma, de preferência todas na mesma forma) ou qualquer outro material, PURIFIQUE ESSE MATERIAL e então reserve um dia para confeccionar e escolha um lugar calmo para confeccionar. Pode ser ao ar livre, em frente ao altar ou qualquer lugar que desejar. Crie suas Runas, com dedicação, vontade, dê o seu melhor. Caso esteja utilizando tinta, pode utilizar uma gota de sangue na tinta, afim de imantar as Runas com sua energia. Pode também ser invocados os Deuses relacionados as Runas, pode ser entoado o nome de cada uma enquanto grava. Mas se só quiser se concentrar e gravar, não tem problema.

CONSAGRAÇÃO DAS RUNAS

Ok, agora que temos as Runas em mãos, seja compradas ou feitas, vamos ao Ritual de consagração. Não é BEM uma consagração, está mais pra ativação. 
Você vai montar um altar, só não sugiro na lua minguante, contendo a representação do fogo e do gelo. Se quiser, coloque representação dos Deuses, pois iremos invocá-los aqui obrigatóriamente. 
Após ter montado o altar, coloque suas Runas nele e sente em frente a ele. Esse altar pode ser montado na natureza, em casa ou em qualquer lugar que você conseguirá se concentrar. 
Primeiro de tudo, convide Freyja para o ritual, pedindo sua presença no ritual, sua permissão para consagrar aquelas Runas e suas bençãos. Da mesma forma com as Nornes. Sobre Odin, é opcional. Quando eu consagrei, eu não chamei. Mas hoje eu chamaria para participar do ritual comigo. 
Após todas as divindades estarem presentes, você vai se concentrar e pegará a primeira Runa (Sugiro seguir a ordem do Futhark, essa ordem que está aqui no blog) e traçará em cima do desenho já feito, utilizando os dedos ou athame, o desenho da Runa. Chame seu nome por 3 vezes e peça que resida naquela peça que você criou para ela. Em seguida, energize com o fogo e com o gelo e apresente para Freyja, Nornes (uma a uma) e Odin (caso tenha o chamado) pedindo para que eles derramem suas bençãos sobre a peça e a energizem também. Esse processo será repetido com todas as Runas! Faça com calma, sem pressa e com concentração. Por isso reserve um dia que tenha tempo para realizar esse ritual. Além do mais, pode utilizar incensos e músicas relacionadas (recomendo a banda Wardruna).
Após ter acabado o processo com todas, segure todas elas nas mãos e assopre-as. Dê o sopro da vida nelas, visualizando todas as energias se fixando e as Runas acordando! Depois disso, guarde em um saquinho com uma ametista dentro, ja consagrada para manter as Runas com as energias neutras, sem interferência da sua energia e das pessoas que possam vir a tocar nelas.
Se despeça dos Deuses e se possível deixe uma oferenda a eles.

ALIMENTAÇÃO

Todo o oráculo necessita de alimentação energética. Seja como forma de agradecimento, como forma de energizar ou até mesmo de aumentar o seu vínculo. Não vejo ser comentado sobre em livros, grupos e etc. Também é da sua escolha fazer ou não, eu aconselho. Por mais que a alimentação seja uma forma de energização, aqui eu não costumo usar os 4 elementos e sim algo mais ligado a egrégora das Runas. Eu as alimento com gelo e fogo! (recomendo que leia sobre a cosmogonia germânica/nórdica) O fogo e o gelo tem os papeis fundamentais para a criação do todo, por isso eu costumo alimentar as mesmas com estes elementos. 
A periodicidade para essa alimentação, vai variar. Eu não realizo de tempos em tempos cravados, eu faço isso quando minha intuição manda. PORÉM, caso ainda não tenha muita confiança com sua intuição, procure alimentar de acordo com o seu uso. Se você usa bastante as Runas, não só as peças, mas os símbolos na magia, alimente mais frequentemente. 
Eu uso moderadamente as Runas, não tanto como oráculo, mas os símbolos para realizar magia. Então eu acho que minha alimentação acaba sendo mensalmente. 

Pequeno ritual para alimentação

Materiais
  • Runas 
  • Uma vela vermelha (eu costumo acender no caldeirão, mas pode ser no castiçal) 
  • Um cálice, ou recipiente, com gelo (eu utilizo em cubos).


Opcional: 
  • Um incenso (algum de purificação ou transmutação se desejar transmutar as energias que podem estar impregnadas nas Runas, caso utilize para leitura com outras pessoas ou algum incenso pra fortalecer a energia mesmo) 
  • Cristais de ametista para transmutação de energia 
  • Pentáculo para direcionamento da energia 

Ritual de energização das Runas
Com o altar montado, purifique a vela da forma que preferir. Se possível, utilize algum objeto (eu utilizo o athame) para conseguir gravar a runa Kano, a runa do fogo e expansão na vela. 
Acenda a vela e trace no ar, em frente a vela, a runa Kano e a invoque. Pode repetir 3 ou 9 vezes seu nome, se concentrando e visualizando a energia do fogo naquela vela. Invoque-a falando que deseja sua energia para alimentar as Runas.
Depois, trace a runa Isa, runa do gelo e retração no ar em, frente ao cálice ou recipiente com gelo. Repita 3 ou 9 vezes o seu nome, visualizando a energia do gelo naquele cálice. Invoque-a falando que deseja sua energia para alimentar as Runas.

O incenso pode ser aceso agora ou antes, não faz diferença. 
Após ter invocado as forças do fogo e do gelo, você começa invocando as divindades relacionadas as Runas. Eu invoco primeiramente Freyja, por ser uma Deusa que eu tenho um amor muito grande, por ser Deusa da seidr (leia sobre aqui), depois invoco as Nornes. Pode invocar uma de cada vez ou chamá-las apenas de Nornes. Por fim, eu invoco Odin. Mesmo não tendo participação no processo de criação das Runas, o mesmo se submeteu ao sacrifício para ter acesso a elas. Então nada melhor que o auxílio dele para conseguirmos acessá-las. 
Eu os invoco sem textos prontos, apenas sussurro pedindo a sua presença e que derramem suas energias nas Runas para a alimentação energética das mesmas.
Ao invocar Kano, visualizo sua energia em forma de esfera acima da chama. Ao invocar Isa, visualizo sua energia acima do gelo em forma de esfera. A mesma coisa com os Deuses, cada invocação eu acrescento uma esfera, mas acima das Runas.
Agora é hora de manipular a energia! Eu utilizo minha varinha para tal. Puxo uma energia de cada vez, gerando um círculo em movimento ao redor do pentáculo. Quando termino, tem várias energias rodeando o pentáculo e então eu direciono todas para as runas, para que mantenham a alimentação até a chama da vela apagar. 

Talvez seja um pouco complicado pra quem ainda não tem muita prática! Mas tente aos poucos manipular, sentir a energia. Se preferir invocar Kano e puxar sua energia para as Runas, depois Isa e assim, um de cada vez, pode também. Não há regras para manipulação de energia. Apenas utilize fogo e gelo e peça auxílio dos Deuses.

Espero que seja útil e que tenham gostado! Irei fazer outro post, falando um pouco sobre como aumentar a conexão com as Runas, rituais com as mesmas, algumas associações modernas... Aguardem!

Qualquer dúvida ou sugestão, feedbak e etc, é só escrever nos comentários ou me procurar nas redes sociais: Ask.fm - Facebook


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