domingo, 28 de agosto de 2016

Espiritualidade Germânica (II) - Yggdrasil (Mundos, Seres e Fontes)

- Então Jafnhárr disse:"O freixo é a melhor e a maior de todas as árvores;
seus ramos se espalham pelo mundo inteiro e alcança o céu. 
A árvore é sustentada por três raízes que se espalham para longe." 
Gylfaginning, verso 15

Hallo!

Dando continuidade sobre as explanações da Espiritualidade Germânica, o assunto será a Yggdrasil.

A Yggdrasil é citada em vários textos diferentes, não havendo um único texto com sua descrição completa.


"Três raízes se expandem em três caminhos
abaixo do freixo Yggdrasil.
Um habita abaixo de Hel,a outra abaixo
dos hrímþursar,e a terceira abaixo dos seres humanos"
Grímnismál, verso 21

Yggdrasil, ou árvore da vida, na visão dos germanos é a árvore que sustenta os nove mundos. É o eixo central do universo. Não é bem explicada nos textos, havendo rombos enormes entre um texto e outro. Pode-se inferir algumas coisas, utilizando os textos existentes hoje, mas nunca a sua totalidade. Assim como há divergências entre os autores sobre a localização dos mundos. Sabe-se que os desenhos da Yggdrasil plana, com os mundos em sequência, é apenas para fins didáticos. Os mundos se comportam como esferas que se entrelaçam.

OS NOVE MUNDOS DE YGGDRASIL

Existem divergências entre os autores sobre quantos mundos tem e sobre quais são! Abaixo deixarei da forma que acredito que seja. 

Yggdrasil com seus nove mundos

Mannheim (Midgard), o mundo dos homens. O plano físico e onde vivemos. Foi construído a partir das partes do gigante Ymir, que foi morto.

Godheim (Asgard), o mundo dos  Deuses Æsir. 

Vanaheim, o mundo dos Deuses Vanir. 

Helheim, o mundo dos mortos. Governado pela Deusa Hella, é destinado as almas que não foram escolhidas pelos Deuses para residir em suas moradas. Porém, há um conflito nesta ideia. Ao meu ver, temos claramente a visão cristã na descrição de Helheim, uma vez que é lugar para as almas que não foram para um lugar "acima", não foram com os Deuses. 
Então pra mim, Helheim é o lugar de todas as almas quando decidem descansar. Enquanto livres, creio poderem viajar pelos outros mundos. 

Do ponto de vista ocultista e mágico: É o submundo nórdico, onde estão os Deuses relacionados com a morte e os próprios espíritos. Aqui nós temos a associação com o inconsciente mais profundo, onde as ideias são apenas um nada sem forma. Como os habitantes daqui são espíritos que estão descansando para retornar para Midgard, eu não recomendo trabalhar com eles. Caso queira algum aliado mágico, praticar necromancia e etc, converse com espíritos em geral, mas não especifique que são com os espíritos de Helheim.

Nidavellir (Svartalfheim), significa "campos escuros" tem como moradores os Dvergar (anões). Ao contrário dos Elfos, não parece terem sido cultuados. Suas características são relacionadas aos mortos e introspecção.  Possuem muito conhecimento, incluindo a magia. Seu papel na mitologia é de serem ferreiros e moradores das Rochas. 

Alfheim, o mundo dos elfos. Este mundo foi dado ao Deus Freyr, e consequentemente, é ligado a fertilidade e luz.

Do ponto de vista ocultista e mágico: Pode-se trabalhar com estes seres para criatividade, uma vez que o plano destes é acima  de Midgard. Alfhein é expansão, é calor, são ideias bem definidas 
e prontas para serem executadas. E obviamente, é fertilidade.


Jotunheim, o mundo dos gigantes. Estes seres tem papel ambíguo na mitologia. Uma hora sendo inimigo dos Deuses e outra aliados. São muitas vezes associados com eventos climáticos. Representam força bruta e instinto. 

Do ponto de vista ocultista e mágico:  Representa as forças que temos dentro de nós que são destrutivas, mas apenas quando usadas erroneamente. Quando controladas e focadas, se tornam energias super produtivas. Existem muitas pessoas (e eu sou uma delas) que sentem ter muita energia mas que acaba desperdiçando em coisas não produtivas. Por serem a personificação da força bruta e instinto, caso você seja uma pessoa que se sente fraca, sem essa força bruta interior, é uma boa ideia se trabalhar magicamente com estes seres, independente de qual seja. Porém, se o seu caso é o contrário, eu recomendo pesquisar muito bem os gigantes que aparecem nas poesias e textos para que trabalhe com algum que já tenha sua energia controlada e focada para algo construtivo. Veja bem, não estou dizendo que os gigantes com energia bruta destrutiva sejam ruins. A destruição faz parte da natureza! 

Niflheim, o mundo de gelo eterno. Da sua interação com o fogo de Muspelheim, se iniciou a criação de tudo. 

Do ponto de vista ocultista e mágico: Aqui nós temos todas as ideias e ações que um dia acontecerão, mas que precisam do fogo para serem geradas. Representa o principio passivo e receptivo, representa a ordem e o conservadorismo. 

Muspelheim, o mundo de fogo eterno. 

Do ponto de vista ocultista e mágico: É o fogo necessário para que as coisas aconteçam. Representa o princípio ativo e expansivo, representa o caos e a destruição.

--x--

Nota: Antes de continuar, quero frisar que separei a parte ocultista do assunto, para não pensarem que esse era realmente o ponto de vista germano. AS ASSOCIAÇÕES COM SUBCONSCIENTE, UTILIZAÇÃO NA MAGIA E ETC SÃO ASSOCIAÇÕES MODERNAS. Como eu falo no post de apresentação do blog (aqui), o intuito é dar foco pra parte histórica, esquecida nas religiões de vertentes modernas da bruxaria que tentam trabalhar com magia germânica. Então sempre vou trazer a parte histórica e a forma de se trabalhar isso com a bruxaria ritualística, uma vez que não havia ritualística entre os germanos. Mas será falado em breve... rs
--x--

SERES DA YGGDRASIL



ROTATOSKR

"Ratatoskr é chamado o esquilo
que corre sobre o freixo Yggdrasil
Ele descobre as palavras da águia que fica em cima
e as diz para Niðhöggr que fica em baixo"
Grímnismál, verso 32
Rotatoskr é um esquilo que passa seus dias a subir e descer ao longo da Yggdrasil, a fim de levar mensagens da águia Hræsvelg para a serpente Níðhöggr. É contado que leva mentiras, fofocas e intrigas.

ÐHÖGGR



"A angústia suportada pelo freixo Yggdrasil
é maior que um homem pode saber.
O veado morde de cima,
seu tronco está apodrecendo
e Níðhöggr rói suas raízes de baixo."
Gylfaginning, verso 24

Níðhöggr é um enorme dragão (ou serpente) que vive roendo uma das raízes de Yggdrasil. Está raiz está em Niflheim e a teoria é de que esteja impedindo a sua liberdade. Seu nome significa "devorador de corpos" e teria importante papel após o fim do mundo.  


HRÆSVELGR E VEÐRFÖlNIR



Hræsvelgr é a águia que reside no norte do universo, residindo no seu limite. Isso nos faz entender que ficaria no topo da Yggdrasil. É uma águia gigante que com suas asas cria o vento.

Veðrfölnir é um falcão que está sentado entre os olhos de Hræsvelgr. Há uma teoria de que sua função seria a mesma dos corvos de Odin: Trazer a sabedoria e conhecimento





DÁINN, DVALLIN, DUNEYRR, DURAÞRÓR



"Quatro veados saltam sobre

os ramos do Freixo e comem os brotos; Esses são seus
nomes:Dáinn,Dvalinn,Duneyrr,Duraþrór."
Gylfaginning, verso 16



Existem algumas associações que os autores fizeram, a fim de entender o que esses quatro veados representam e porquê estariam comendo os brotos da Yggdrasil:
  • Seriam as quatro estações do ano, que de certa forma agridem a Yggdrasil, pois há o ciclo de nascimento-morte das folhas;
  • As quatro fases da Lua, mostrando novamente um ciclo;
  • Seriam ventos, dois deles calmos e dois deles fortes. Essa associação surgiu pois Dáinn e Dvallin são nomes de anões também e estes seres controlariam os ventos;
Porém, existem ainda autores que desacreditam ser quatro veados e sim apenas um, o citado no Grimnismal. Pois as estrofes que citam os quatro veados são posteriores. E este único veado seria o mesmo Eikþyrnir, um veado que estaria sentado em cima de Valhalla.

JÖRMUNGANDR (A serpente de Midgard)

É filha de Loki com a giganta Angrboda. Conta-se que fora jogado no mar que circunda Midgard e tomou proporções gigantescas, chegando a circundar toda a Midgard e morder sua própria cauda. Inclusve o início do Ragnarök é quando Jörmungandr largar sua cauda. 


--x--


FONTES LOCALIZADAS NA YGGDRASIL

Urðarbrunnr

"Eu conheço o freixo que se ergue chamado Yggdrasill,
uma grande árvore,respingando com água branca; de onde vem o orvalho que cai nos vales, que cresce eternamente verde sobre a fonte de Urðr."
"Dali vem as donzelas de muita sabedoria, três de fora do mar, que fica abaixo da árvore; uma se chama Urðr, a outra Verðandi, que registravam em chapas de madeira, Skuld é a terceira. Elas decidiam as leis, elas escolhiam as vidas, os filhos das pessoas, e diziam o örlög."
Völuspá, versos 19 e 20

Aqui se encontram três Deusas, que não irei me aprofundas agora pois terão papel importantíssimo no post sobre destino.
Seus nomes são: Urðr, Verdandi e Skuld. São chamadas de Nornes ou Nornas. São as Deusas que controlam o destino de todas as coisas, inclusive de outros Deuses. Por esse motivo alguns autores desacreditam que são divindades e acreditam que são grandes forças que estão acima de tudo. Urðr representa o passado é encarregada de confeccionar o fio que será usado para que o wyrd seja feito. Verdandi representa o presente e é responsável por confeccionar o wyrd (falarei sobre futuramente, é como se fosse o destino). E Skuld corta o fio, finalizando o wyrd.



Mímisbrunnr

Mímisbrunnr é a fonte da sabedoria. Mímir é um Deus-gigante que ao tomar da fonte da sabedoria se tornou o Deus mais sábio. Teve sua cabeça decepada mas Odin o manteve vivo com o uso da magia. Desde então, é guardião da fonte e já permitiu que Odin a bebesse em troca de seu olho.  











Hvergelmir (ou Kverghjelme)

Eikþyrnir é chamado o veado que fica
no salão e come os ramos de Lærað.
Gotas caem de seus chifres até Hvergelmir.
De lá surge todos os rios.
Grímnismál, verso 26

Sua localização é em Niflheim e seria o local de onde se origina todos os rios, tantos rios que nenhuma língua seria capaz de numerá-los.

--x--

Para finalizar, trago uma representação da Yggdrasil com todos estes locais que eu citei no texto. Ela é bem didática, mas tenha em mente que os planos se entrelaçam. 

Ah, e calma que o post sobre a Yggdrasil terá continuação! É muita informação para um post só. Peço que não fique apenas com o conhecimento adquirido aqui. Pesquise mais, pesquise sobre as Eddas, sobre quais textos temos a disposição. Isso aqui é apenas uma resumo, tente ser imerso ao assunto para compreender melhor como as sociedades funcionavam.
Além do mais, infelizmente a mitologia germana é muito falha e temos poucas informações concretas sobre muita coisa. As vezes é apenas uma pequena estrofe e o resto é dedução.

Qualquer dúvida só escrever nos comentários ou me procurar nas redes sociais: Ask.fm - Facebook



Que os Deuses nos acompanhem hoje e sempre.

Ásrøður



sábado, 27 de agosto de 2016

Espiritualidade Germânica (ou Nórdica?) (I) - Introdução


Huliðshjálmr - Ficar invisível aos olhos do inimigo















 Hallo!

Como o título já diz, irei explanar sobre a espiritualidade dos povos germânicos-nórdicos. Em todo o blog, sempre estarei utilizando fontes históricas para os posts que necessitam disto. Porém, é inevitável incluir a minha visão e entendimento. Uma vez que os ensinamentos não eram passados de forma escrita e sim oral, houve sempre uma dinâmica de interpretações diferentes. Então nunca irá existir uma única verdade.

Quero começar o texto já diferenciando o joio do trigo. Quem eram os Germanos e quem eram os Nórdicos? Os Nórdicos nada mais são do que uma parte dos Germanos. Os países Germanos englobam não só os Nórdicos, assim como outros da região do Norte da Europa. Ou seja, mais abrangente. A seguir trago um mapa, onde exemplifica o que falei, facilitando a compreensão:

Países Nórdicos x Países Germanos¹
 ¹: Finlândia fica com apenas uma pequena parte pintada, pois há uma mistura de culturas na região. E o mapa contem a região do Povo Celta como fazendo parte do Povo Germano, mas não é fato.

Tendo em mente que o termo Germano é mais abrangente, vocês já entenderam o motivo de se utilizar ele. 
Mas a espiritualidade germânica não é heterogênea.

- Como assim?
  
Simples. Vamos citar o Brasil. Ele é enorme, as culturas de cada canto do país mudam demais. Os hábitos, as vestes, a fala... Da mesma forma que cada tribo desses países germanos tinham diferenças entre sua espiritualidade, folclore local, etc.
Então sempre que se fala em Espiritualidade Germânica, é importante lembrar que os achados que se tem até hoje, não simbolizam a totalidade dos povos e sim alguma parte deles. Ou seja, nós temos achados da região x sobre os Deuses e o achado da região y sobre os rituais. Na antiguidade, x tinha todo um sistema próprio, assim como y. Mas não conseguimos a totalidade, conseguimos parte de cada um que se complementa. 
E é isso que é praticado hoje em relação aos Povos Germanos, quando se fala em reconstrucionismo.

Outro ponto importante sobre a espiritualidade germânica, é o fato de que ela era passada oralmente.
Ou seja, não há documentos sobre qual era a organização dos povos, a sua forma de culto aos Deuses, seus festivais e etc. Os escritos que existem hoje, como por exemplo as Eddas, foram escritas num período onde já havia influência do cristianismo. 
Isso fica visível nos conceitos de Ragnarök (O fim do mundo da cosmologia germânica) e em outras partes que se cita o termo "Senhor" muitas vezes, com a ideia de um ser maior.
Então para praticar a espiritualidade germânica, se utiliza desses fragmentos e algumas deduções.
Pois quanto mais se lê sobre, mais se consegue encaixar algumas coisas. Mesmo você não sabendo exatamente como era feito, se você tiver uma noção de como os povos funcionavam, você consegue praticar.

- Entendo, mas como era a relação dos Germanos com a espiritualidade?

Se sabe até agora, que não existia uma separação nas tribos entre o que era  mundano e espiritual. As duas coisas andavam entrelaçadas, participando 24h por dia da vida dos antigos povos. 
Deve-se ter em mente como esses povos viviam, para que se possa entender porquê não existia separação. 
O sustento vinha da terra. Não existia, obviamente, as tecnologias que existem hoje. Então era necessário plantar e tinha que dar certo, tinha que render boas colheitas. E como eles garantiam isso? Pedindo aos Deuses. 
A cura de doenças, era complicada. Era necessário ingerir remédios naturais, utilizar pastas naturais e obviamente pedir aos Deuses a cura.
Runas: Uruz, Laguz, Fehu e Raido.
Além dessa magia divina que era utilizada, também se utilizavam as Runas para se curar, se ter boa colheita, se ter boas expedições e etc. -Não vou entrar muito em detalhes das Runas aqui, pois terão posts futuros sobre. Mas tenham em mente que eram símbolos utilizados magicamente e como alfabeto pelos Germanos.-

Então, dessa forma, tudo era sagrado. Tudo era dos Deuses.
A natureza não era subjugada e sim aliada. Pois era entendido a força que a mesma tinha. Eram sempre feitos oferendas aos Deuses e aos espíritos da natureza, como uma retribuição as graças que eram recebidas.
O que eu quero que você entenda é a magnitude disso.
Os Deuses não eram simplesmente divindades com poderes legais.
Eles ERAM e SÃO a natureza pura. Sunna carrega o disco solar, Mani, o disco lunar. Freyja e Freyr são a fertilidade pura, de todas as coisas. Nerthus a fertilidade de Miðgarðr (terra) e Jörd a própria Miðgarðr.
Então, não há como fugir disso, não há como não estar imerso e enxergar de forma externa. E essa é uma dificuldade muito grande dos atuais heiðinn (pagão, em nórdico antigo) por conta dos anos de cristianismo que vivemos.

Se você que está lendo o meu texto e se interessa em seguir este caminho. Vamos começar com a regra principal: Se libertar da ideia de que os Deuses são entidades acima de nós, que eles são algo distante e separado. Eles estão aqui, em tudo. Na terra que pisamos, nos alimentos que comemos, no dia e na noite. Em absolutamente tudo.

É isso a espiritualidade germânica, esse ambiente de imersão. Esse estar com os Deuses a toda hora, é conversar com eles quando se é necessário, é agradecer pelos alimentos e pelas bebidas. É celebrar com eles, dançar, tocar e ouvir música. Tudo isso agrada aos Deuses, não é necessário grandes rituais, coisas orquestradas e montadas. Os Deuses são a simplicidade das coisas. São tudo.

Eu vou encerrando por aqui, pra não ficar tão longo. Realmente é algo simples e poderoso o modo que funciona a espiritualidade germânica.

No próximo post eu vou explorar a espiritualidade germânica e sua relação com a Yggdrasil, a árvore dos nove mundos.



Qualquer dúvida só escrever nos comentários ou me procurar nas redes sociais: Ask.fm - Facebook

Até mais!

Ásrøður


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Apresentações 2.0

 
Oferendas para a Deusa Freyja.
 Primeiramente eu gostaria de me apresentar e contar brevemente (tentarei) como eu vim parar aqui. Em seguida o porquê do blog.

 Eu me chamo Ásrøður, tenho 22 anos, sou formando em Ciências Biológicas e sou pagão a três anos. Eu costumo brincar que sou pagão a este tempo, mas feiticeiro desde sempre. Visto que desde a infância eu praticava magias (BEM SIMPLES) sem nem saber direito.

 Assim que descobri o paganismo (através da Wicca), o panteão germânico foi o primeiro que eu tive contato. Tudo que eu lia, eu me identificava. Mas tinha dificuldade com os termos, com os nomes e acabei deixando pra lá (vamos relevar que eu estava descobrindo tudo ainda). Iniciei meus estudos em outros panteões, até que decidi cultuar o panteão grego. Tive uma jornada incrível com Afrodite, a qual eu planejava ser sacerdote um dia.

 Mas ai, em um belo dia (neste ano de 2016), depois de sentir que as coisas não estavam mais fluindo, eu li um relato de uma pessoa comentando que Afrodite esteve na sua vida por um período passageiro, para lhe ensinar lições. Foi ai que a ficha caiu e logo em seguida meu altar despencou da parede quebrando a estátua de Afrodite e outros itens. Entendi bem o recado que nossa caminhada havia acabado. Agradeci a Deusa tudo que me proporcionou, refleti sobre o assunto e realmente vi que eu não me identificava com a cultura grega.

 Aproveitei pra refletir também sobre os caminhos religiosos: A Wicca era pra mim? E quem sabe alguma vertente "tradicional"? Entre os devaneios, cheguei a conclusão: Não me enquadro na Wicca, nem em tradições estritamente modernas.  Ok, mas e agora? Nem eu sabia. Eu deixei o assunto pra lá, guardado, quem sabe não era hora de saber.

 Depois de um tempo apenas existindo, me peguei assistindo séries e filmes relacionados a cultura germânica. Foi ai que aquela chama renasceu com uma força descomunal dentro de mim. Eu me peguei refletindo e entendendo porquê que eu ignorei lá no início. Inclusive eu tinha um conjunto de runas que havia comprado no início dos estudos também, que mesmo não usando eu sentia que me chamavam. Comecei a ler novamente os livros e textos sobre o assunto, que ignorei lá no início e cada dia me apaixonava mais. Mas antes de começar, precisava saber de certeza se era o meu caminho: Pedi sinais.

 Com tudo certo, eu comecei a pesquisar, estudar e praticar. E resolvi criar o blog. Por que? Porque eu adoro ensinar, adoro repassar aquilo que eu aprendi. E eu sinto que falta muita informação em relação ao paganismo germânico no Brasil. Não a divulgação, mas o ensinamento de como fazer, como era, o que é tradicional e o que é moderno. Eu preciso sempre procurar várias fontes pra conseguir construir um texto, eu preciso achar muitas coisas em inglês e eu preciso identificar o que é moderno do que é tradicional. Quem ta começando agora, muitas vezes não tem esse discernimento.

Então, afinal, o que eu sou? Eu sou um Vitki (def.: Vitki é um feiticeiro e sacerdote da cultura germânica). Gosto do termo porquê não existe uma pessoa que use esse termo e não seja ligada a cultura germana, mais fácil do que falar: Sou pagão e feiticeiro.

Aqui tem minhas redes sociais, se quiser entrar em contato:
Facebook - Tumblr - Ask.fm

Que os Deuses sigam contigo assim como estão comigo.

Ásrøður